Está sem tempo para ler.
Dá um play e vai ouvindo do trânsito, no banho, lavando a louça.
Difícil imaginar como os seres vivos desse planeta sobreviveriam sem água, comida, efeitos climáticos exacerbados e medicamentos. E o que a Floresta Amazônica tem a ver com isso?
Com mais de 30 milhões de espécies de animais e 30 mil tipos de plantas, a Amazônia é um dos biomas mais biodiversos do mundo.
Mas o que isso significa em termos de sobrevivência dos seres que hoje vivem nesse planetinha?
Com tamanha variedade de espécies de plantas, fabricamos não apenas comida, mas também medicamentos, óleos e cosméticos.
A Amazônia é um ecossistema em total equilíbrio biológico. Cada espécie que ali vive tem seu papel. Uns polinizam, uns dispersam sementes, uns garantem sombra suficiente. E como uma orquestra em perfeita sincronia, tudo vai operando na sua potencialidade de forma saudável.
Uma Floresta saudável significa maior sustentabilidade natural para todo o ecossistema que vai além do seu entorno e maior resiliência frente a adversidades como queimadas ou outros desastres
Não pense que é exagero quando se diz que uma floresta como a Amazônia produz água.
As raízes das árvores captam água das chuvas, levam para as folhas que transpiram e garantem a umidade ideal.
Isso reflete no volume de chuvas da Amazonia e de outras áreas a quilômetros de distância: Bolívia, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile, Sudeste, Centro-Oeste e o Sul do Brasil. Tudo vindo desse mecanismo eficiente da floresta.
Florestas em pé também significam reabastecimento de lençóis freáticos e proteção de nascentes.
Ou seja, preservar florestas é garantir água!
A extensão do Rio Amazonas representa cerca de 20% de todo o volume de água doce do planeta Terra.
Além disso, florestas saudáveis são capazes de reter e armazenar carbono (gás que potencializa o efeito estufa) ajudando a estabilizar o clima em todo o mundo.
E quer se inspirar para pensar em um sistema circular e eficiente, a floresta é pura circularidade.
Elas fazem uma reciclagem extremamente eficiente de nutrientes.
É uma engrenagem que, quando não perturbada, trabalha em perfeita. sincronia e equilíbrio.
É muita abundância, não é mesmo?
Abundância desperdiçada, ou melhor, sendo destruída.
Não apenas a floresta amazônica, mas também diversos outros biomas no mundo estão sendo degradados
E se continuarmos nesse ritmo, cerca de 75% da floresta amazônica estará perdida até 2025.
Ou seja, não serão apenas as futuras gerações que serão impactadas.
Há cerca de 50 anos estamos explorando os recursos da Amazônia de forma irresponsável, especialmente através do desmatamento que são as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa depois da queima de combustíveis fósseis.
Ao derrubar árvores, o Sistema de transpiração, evaporação e a rota da água são desequilibrados impactando na quantidade de chuvas em todo o país, com reflexos em diferentes setores produtivos desde elétricos até agrícolas
Lençóis freáticos não conseguem ser reabastecidos e nascentes secam por falta de proteção das árvores.
Tudo isso gerado pela expansão da pecuária, da agricultura exploratória, da mineração e até da geração de energia.
Estamos falando de terras públicas, terra que é nossa e deveria ser protegida pelos nossos governantes. Deveria.
Desde 1988, o PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Brasileira) monitora o desmatamento da Amazônia Legal e publica taxas anuais que são, ou deveriam ser usadas pelo governo brasileiro para o estabelecimento de políticas públicas.
De 2009 a 2013 as taxas nos sinalizaram esperança, mas logo voltaram a subir e continuam até hoje como é possível ver nesse link.
Entre 2018 e 2019 o desmatamento cresceu 34,4% e entre 2019 e 2020, mais 9,5%
Em abril de 2021, o Vice presidente do Brasil, Hamilton Mourão reafirmou o compromisso do Brasil de cumprir a meta do Acordo de Paris de zerar o desmatamento ilegal até 2030. Esperançosamente, veremos!
E enquanto isso, também lá em Brasília…
Projetos de Lei polêmicos como (PL) 510/2021 propõe novas regras com relação a propriedade de terras públicas desmatadas ilegalmente
Alguns defendem que essa mudança estimularia mais desmatamentos já que grileiros se apropriariam legalmente de áreas desmatadas ilegalmente.
Outros defendem que poderia corrigir injustiças a agricultores que até hoje não receberam os títulos de suas propriedades ocupadas por estimulo do governo lá na década de 1970 e impulsionaria a produção de alimentos e até controlaria o desmatamento.
Quantas questões para serem acertadas na Amazônia não é mesmo?
