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Aqui no Brasil geramos quase 80 milhões de toneladas por ano de resíduos sólidos urbanos (que vem das atividades industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de varrição de grandes cidades).
Isso quer dizer que cada um de nós gera em torno de 380 kg por ano.
E pra onde vai esse “lixo”? A gente tem a mania de dizer que jogamos fora.
Mas fora onde?
Infelizmente o lixo não desaparece em um passe de mágica.
Muitas vezes vão parar nos mares, rios, parques, ruas causando entupimento de bueiros, enchentes, ameaçando vidas de milhares de pessoas e animais.
Segundo um estudo da WWF, cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos mares todos os anos.
E com isso, animais que vivem nesse ambiente confundem os plásticos com comida, muitas vezes morrendo asfixiados, dentre tantos outros prejuízos.
E quando falamos em resíduo plástico, infelizmente nós, brasileiros ocupamos o 4º lugar no ranking.
Ah, mas existe a reciclagem…
Existe mesmo, mas ainda está longe de conseguir resolver todo o resíduo que geramos.
Agora para e pensa comigo:
Se vivemos em média 72 anos e o plástico demora cerca de 500 anos para se decompor, são 6 gerações que precisam lidar com esse resíduo.
E não é somente plástico que nossos filhos, netos, bisnetos, tataranetos terão que carregar por gerações.
Mas gente… e a reciclagem?
Apenas cerca de 4% dos resíduos são reciclados.
O restante vai pra onde? Adivinha? Basta um passeio por aí que você vai facilmente constatar onde foram.
Se esses números te assustam, já poderíamos parar por aqui já que você vai lembrar desses dados quando tiver que lidar com algum material desses.
Essa é a nossa missão.
Mas vamos falar sobre aquela sensação que temos de que quando jogamos algum resíduo “fora”, ele desaparece como um passe de mágica?
Sinto te informar, mas não é bem assim.
Quando mandamos o resíduo para o sistema de coleta das nossas prefeituras (sabe aquele que o lixeiro passa em frente das nossas casas e leva?) 40% dele não recebe uma destinação adequada segundo o panorama 2020 da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
O que acaba degradando o solo, contaminando rios, mares e lençóis freáticos e emitindo metano, um gás responsável por intensificar o aquecimento global.
A destinação adequada dos rejeitos deveria ser:
- Aterros sanitários, onde
- o chorume e o biogás são tratados;
- o solo é impermeabilizado;
- o lixo acumulado é coberto para evitar a proliferação de contaminantes, mau cheiro e poluição visual.
Porém quase a metade vai para
- Aterro controlado, onde até acontecem o isolamento, acesso restrito, cobertura dos resíduos com terra e controle de entrada de resíduos, mas não atendem às recomendações da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
- No lixão a situação é ainda mais precária: o resíduo é simplesmente descartado sobre o solo, ficam expostos a céu aberto sem medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Para piorar, esses locais são frequentemente visitados pela população carente em busca de materiais para uso próprio ou revenda resultando em acidentes, como vidro quebrado, lascas de madeira e até contaminação por metais pesados de pilhas, baterias ou outros itens descartados incorretamente.
Esse gráfico ilustra a proporção da destinação para esses locais em cada região do Brasil:
Mas gente? Não tem ninguém vendo isso não?
Pouco se observa iniciativas e programas consistentes para cessar tais práticas.
A previsão é que seriam necessários 55 anos para que aterros controlados e lixões sejam encerrados.
Essa situação impacta diretamente a saúde de quase 78 milhões de brasileiros, e custa para o meio ambiente e para tratamento de saúde cerca de 1 bilhão de dólares por ano.
Em 2019, os municípios gastaram R$ 25 bilhões em coleta e demais serviços de limpeza urbana (destinação final dos Resíduos, serviços de varrição, capina, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpeza de córregos, entre outros)
Tal montante parece ainda não ser suficiente nem para garantir o básico necessário, quem dirá ampliação e modernização dos serviços.
Por outro lado, o volume de resíduos está aumentando consideravelmente.
Mas antes de falarmos em ação, vamos entender o que tem nas nossas lixeiras?
Quase metade dos resíduos produzidos em casa são orgânicos. Cascas, folhas, borra e filtro de café, plantas que podem virar adubo em casa mesmo através de compostagem ou mandando para serviços que já existem por aí que fazem essa coleta e retornam esses resíduo para a terra.
Em torno de 35% é resíduo Reciclável. São aqueles que podem retornar para o ciclo e virarem um novo produto como papel, plástico, vidro, metais, até o óleo de cozinha
Os resíduos especiais: pilhas, baterias, eletrônicos, lâmpadas, medicamentos, embalagens de medicamentos, precisam ser tratados antes de irem a aterros sanitários para não poluir lençóis freáticos.
E apenas 14% precisaria seguir o trajeto da coleta da sua cidade.
Esses são os Rejeitos, resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não irem para aterror sanitários, porém grande parte ainda vai para lixões e aterros controlados custando caro para a economia, para o meio ambiente e para nossa sociedade.
Entendido todo esse cenário, o que podemos fazer na prática para reverter tamanha precariedade?
O 1° passo é Repensar a geração desses resíduos, identificando o que poderia ser evitado.
Por mais consciente que a gente seja, algum resíduo ainda vai existir. Por isso, seja criterioso
- busque materiais que tenham um impacto menor para o meio ambiente
- prefera itens que sejam menos descartáveis e durem o máximo de tempo possível.
2° passo – Recuse! Diga não ao que não é essencial como sacolinhas plásticas, canudos, copos, pratos e talheres descartáveis
O 3° passo é usar a criatividade e Reusar antes de descartar. Muitos materiais podem ganhar nova vida mesmo quando ainda estão com você.
Esses 3 passos irão Reduzir a Quantidade de resíduo gerado.
4º passo – Teve mesmo que descartar, então Recicle – Separe seu lixo de forma correta. Materiais que podem voltar para o ciclo merecem ser reaproveitados economizando recursos e ainda gerando emprego
Lembrando que não precisa lavar com sabão e água potável, mas passe uma água reaproveitando a lavagem de louça que já fará e depois deixando todos os itens recicláveis secar antes de misturá-los. Assim a gente evita que itens secos e limpos sejam contaminados e depois não possam mais ser reciclados.
Ah, mas na minha cidade não tem coleta seletiva.
A saída é pesquisar catadores autônomos e pontos de coleta voluntária de logística reversa que separam este tipo de resíduos
Existem cerca de 800 mil catadores que atuam no país.
Seguindo esses passos simples você terá cumprido com sucesso os chamados 5 R`s da Sustentabilidade e terá feito sua parte, que ACREDITE, faz muita diferença.
Vamos juntos?